...Sou parte de uma história que vai se
escrevendo a cada dia e a cada passo
que dou nesse imenso caminho que está
diante de mim. Esse caminho muitas vezes
é complicado, confuso, e quase sempre desafiador.
E quando me faltam palavras para continuar a história,
o coração costuma usar as que aparecem primeiro.
Nela não há paradas, mas simplesmente um caminho,
que não é do mesmo jeito em todos os momentos,
e nem sempre é perfeito, mas pode, sim, ser cada vez melhor.
Minhas companheiras, não sei onde estão. Alguém viu a minha força por aí? Não sei como, mas a perdi, e agora não consigo encontrá-la. E minha alegria, alguém sabe onde se meteu? Ela estava sempre por perto e sempre dando risada! Minha disposição então, não sei onde foi parar! Íamos a todos os lugares e tínhamos tantos planos! Dizem que devem estar dentro de mim, mas não é possível! Eu sou tão pequena, e já procurei tanto... Elas dever ter escapado pra dar uma volta e se perdido no caminho, só pode! Se as virem por aí, digam que sinto muita falta, que a tristeza só me sufoca. Peçam para que se guiem pelas estrelas ou pela lua, que não vou sair de casa. Não vou a lugar nenhum sem minhas companheiras. Vou ficar aqui esperando, porque sei que um dia encontrarão o caminho de volta.
Hoje disse ao meu psicólogo que estava me sentindo seca. Seca de tudo.
Saindo de lá, prevendo o ônibus lotado somado ao trânsito, resolvi voltar a pé. Como estava de bota, lá pelas tantas, meu pé doía muito e resolvi sentar em um lugar gostoso que vi, sentei na mesinha de fora, tomei um guaraná, fiz uma ligação, vi que ia chover, mas resolvi terminar de saborear o meu momento sem pressa.
Quando finalmente estava chegando, faltando uns seis quarteirões, a chuva avisou que estava chegando também. Até pensei que talvez fosse como outro dia conceder-me novamente a gentileza de se segurar para que desse tempo de eu chegar em casa, mas não. Veio que veio! Desafiou. Disse vem e eu fui!
Não tenho medo de chuva não. Tenho medo de viver semi-morta e encontrar a morte já sem vida. Santa chuva! Quando cai me sinto viva! Sinto que lava e leva embora o que não presta... e preenche de vida!
Não quero morrer de dor, mas também não quero viver anestesiada. Quero encontrar um equilíbrio, quero ocupar o meu corpo todo, me sentir inteira, e assim... repleta. =)
Como diz a música: “que a chuva caia como uma luva, um delírio, um dilúvio; que a chuva traga alívio imediato... e que os muros e as grades caiam”!
Obrigada chuva por me trazer de volta! Amo sentir o seu vento, a sua potência, o seu envolver e essa mistura única de carinho e força que revigora! Adorei nosso encontro!