segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Boa noite.



...Tentando lhe encontrar, não consigo lhe ouvir, e você não pode reconhecer minha voz. Amanhã vou te perguntar se a festa foi boa, você vai dizer que sim, e, nesse mesmo instante, os sorrisos solta dos meus lábios lambendo a boca e me lembrando, como se eu fosse realmente louca, enquanto mantinha meus olhos voltados para baixo, bisbilhotando meu próprio vestido decotado, tentando me encontrar.
Volto a olhar pra você, na escurridão da noite. Eu lhe vejo melhor no escuro, combina mais com o meu silêncio. Sinto você parado  no tempo e continuando ali, tão bonito e vivo. Fico me perguntando enquanto passo os dedos  nos meus cabelos já começando a esbranquiçar. Eu estou cansada, eu sou um erro antiquado com cara de vintage. Eu engano, assim de óculos de sol e batom vermelho, até parece que eu vou surpreender. Mas não, nem as minhas dedicatórias lhe surpreendem mais. Vou embora sem entender direito o que você quis me dizer: faz muito barulho em volta de você e os sorrisos no ar, igual nos filmes de amor que, me enlouquecem. ...
 ...Eu não sei, e se eu soubesse bem provável seria mais fácil para nós dois, mas essa dúvida me consome tanto - e tantas vezes- que fico completamente perdida. Você ainda me admira? Fico me perguntando se esse cabelo médio e essa profissão pouco enriquecedora não lhe fazem me olhar como mais uma. Convenhamos, eu era mais charmosa, antes? meu atrativos eram mais? e outros, mesmo.  Dei uma risada alta escrevendo isso. Olho pra você e é como se você quisesse que eu ficasse quieta, que não dissesse coisas tão injustas. Nosso senso de justiça é diferente, temos limites opostos para o que chamamos de justo. As minhas causas são só consequências pra você e ficamos diante do mesmo dilema todos os dias: como é que você pode me amar assim?
 Olho pra você e vejo exatamente tudo que eu precisava, na dimensão exata do que me propus, um dia, procurar. Tremo absorta, você é um acerto tão grande de probabilidades que ficou sendo o meu maior  erro, outra vez cometido.
 

b

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