sábado, 19 de maio de 2012

Escrevo... escrevo...escrevo...


Eu tenho muito disso: de me desesperar e achar que aquele é o último minuto da minha vida. É nessa hora que as palavras aparecem pra me salvar. E eu escrevo, escrevo, escrevo até que chega o fim do texto e - engraçado - eu tenho tanta vida pela frente!
Visualiza meu perfil.


Será que, às vezes, a gente se dá tanto a outra pessoa que chegamos a desaparecer? Será que quando damos uma carta, um bilhete, um telefonema que nunca é correspondido, será que é assim que a gente vai se perdendo? Será que é assim que tudo se acaba? Ou nem mesmo começa?
Agora eu me procurei por todos os cantos que eu costumo ir, mas não me achei! Foi aí que eu percebi que eu não tinha mais nada..., que foi tudo embora, Antonio, que ele não tinha mais nem eu!  Mas onde foi que eu me perdi? Em que verbo, poesia ou esquina eu deixei que ele fosse embora de mim sem nem mesmo me despedir? A janela do quarto estava aberta e o vento me trouxe uma folha em branco. A folha sorriu pra mim com seu sorriso imenso e branco. Ela disse que sim, que me entendia: ela mesma era um grande vazio. Mas eu não sei te preencher, disseram meus dedos.
(...)
Não resisti: e me entreguei à folha. E afundei o meu vazio nela o mais que pude. Como se assim pudesse aprisionar o meu vazio em um instante. Como se assim pudesse aprisionar o amor. Então eu aprendi: não importa o quanto eu não exista mais pra você, nem em quantos mil pedacinhos me encontra depois da decepção. Uma folha em branco pode ser uma carta pra alguém que, mais que tudo! apesar de tudo! em uma fração de segundo me comove e me arrebata e me abraça com um abraço forte e me completa. E isso é maior que tudo, mais lindo que tudo, muito mais lindo do que se eu fosse uma pessoa inteira.

Frustração.


Tumulto!
É curioso como um episódio dramático marca 
mais como uma vida de moderação, 
mesmo que se trate de uma mesma pessoa.

Frustração: desse modo eu sou capaz de me definir, em uma única e angustiante palavra, (escrever)
Não sei se é isso que se chamam de Frustração: 
Não sei se é isso que chamam de writer's block,= "bloqueio de escritor" mas as minhas idéias não fluem neste exato momento . Não que, não as tivesse: minha mente é extremamente fértil, talvez até demais. Mas está assim: apenas como pedras brutas, não lapidadas. E venho me sentindo um tanto incapaz de fazê-lo: falta talento, falta inspiração, falta empenho. A angústia não-criativa acaba sendo mais forte.

"Escrever obedece a leis de perspectiva, de luz e sombra tal qual a pintura, ou a música. Se você nasceu sabendo, ótimo. Se não, aprenda. Então refaça as regras para que lhe sirvam."

Assim Richard Paul Evans salvou minha vida: pensando assim posso voltar a escrever. Aliás, não só posso como devo. Gosto das obras dele, mas ele não é um de meus heróis literários... É, no entanto, um de meus heróis, agora. No momento atual.

b

may

caruso

V.

JOÃO

>

Lulu Santos.

Minha lista de blogs