A morte da brasileira Zilda Arns despertou um desejo que estava guardado: divulgar, através de meu blog "Pedaços de Mim", pedacinhos das vidas de Grandes Mulheres. Mulheres de ontem e de hoje. Escolhi algumas para fazer este post, mas existem outras tantas que merecem ocupar um lugar aqui. Seja bem-vinda(o) e, no seu comentário, escreva o nome de alguma mulher que lhe chama atenção pela vida e pela obra. Terei satisfação em colocar sua sugestão neste blog, citando seu nome.
Estas mulheres viveram em realidades diferentes e enfrentaram uma série de dificuldades, mas nunca deixaram de mostrar tenacidade, persistência, coragem e dedicação na luta por seus ideais. Cada uma, a seu jeito e a seu tempo, teve a capacidade de imprimir sua marca, suas voz e suas ideias e conseguiu mudar capítulos da história de um país, às vezes do mundo inteiro.
ZILDA ARNS - Doutora em Pequenas Fórmulas e Grandes Resultados.
Em 20 anos ela promoveu uma revolução na saúde pública do Brasil. Aliando experiência, bom senso e fórmulas simples, Zilda Arns Neumann, médica pediatra sanitarista, planejou a atuação da Pastoral da criança para vencer e amortalidade e a desnutrição infantil. Um dos segredos: multimistura com farinha altamente nutritiva, farelos de trigo e arroz, pó de casca de ovo e outros ingredientes. (quase inacreditável em meio à bagunça generalizada da Saúde no Brasil)
PRINCESA DIANA
Diana Frances Spencer, uma das mulheres mais amadas e fotografadas do mundo, se aproximava de crianças, doentes e mutilados e ainda abraçava aidéticos com a mesma naturalidade com que se exibia entre celebridades. Daí o título de "Princesa dos Pobres".
ANA NÉRI
A primiera brasileira a cuidar de soldados feridos nasceu em 1814 na Bahia. Ana Justina Ferreira, depois que ficou viúva aos 29 anos, decidiu ser enfermeira voluntária na Guerra do Paraguai para atender os feridos e acompanhar seus dois filhos médicos. Instalou uma enfermaria-modelo, com dinheiro do seu próprio bolso, convivendo com mutilados, epidemias e privações. Quando a guerra terminou foi reconhecida como precursora da Cruz Vermelha.
IRMÃ DULCE
A baiana Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, aos 13 anos, decidiu ser freira e dedicar a vida aos pobres. Como freira adotou o nome de Irmã Dulce. A partir daí, trabalhou incansavelmente até o fim da vida. Batia de porta em porta pedindo donativos e circulava nos mercados, feiras livres e gabinetes de governadores, prefeitos, secretários, presidentes da República atrás de doações. Competente administradora, tinha tudo sob controle.
MARIE CURIE
Maria Salomea Sklodowska (da Varsóvia) enfrentou o preconceito de ser mulher e estrangeira, formou-se em ciências físicas e matemática na Sorbonne. Nas horas de folga, trabalhava num pavilhão precário fazendo pesquisas e em 1898 anunciou a descoberta do rádio, dois milhões de vezes mais radiativo que o urânio. Quatro anos depois, conseguiu obter o rádio puro e comprovou sua ação terapêutica sobre o câncer. Em 1911 recebeu o Prêmio Nobel de Química por produzir rádio puro.
FLORENCE NIGHTINGALE
A italiana de origem inglesa Florence Nightingale, era rica. Seu temperamento forte e decidido levou-a a buscar a independência aos 17 anos. Como enfermeira, iniciou sua vida profissional sempre calcada no estudo de novas técnicas de organização e gerenciamento em hospitais. Liderou 38 voluntárias na Guerra da Criméia. Em meio à sujeira, abandono, desorganização, atendimento ineficiente e dejetos convenceu os médicos a aceitarem seu trabalho. Com essa determinação, conseguiu a reforma do sistema de hospitais militares de saúde pública na Inglaterra.
AGNES GONXHA BOJAXHIU, ou Madre Teresa de Calcutá.
Nasceu na Macedônia. Depois de se tornar freira foi morar em Calcutá, na índia. Trabalhava com indigentes nas favelas e fundou a Ordem das Missionárias da Caridade. Construiu centros de atendimento para doentes, cegos, idosos e deficientes físicos. Trabalhava também fora da Índia; em Nova York criou o primeiro centro de aidéticos. Seu trabalho foi reconhecido pelo mundo todo e em 1979 recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
ANITA GARIBALDI
Admirada no Brasil e idolatrada na Itália, a humilde jovem de Laguna- Santa Catarina, Ana Maria de Jesus Ribeiro, conhecida como Aninha do Bentão, uniu-se ao revolucionário Giuseppe Garibaldi. Lutou na Guerra dos Farrapos no Brasil, na Guerra Civil do Uruguai e na Itália. Foi soldado, enfermeira, esposa e mãe. Em todos os papéis, sua batalha sempre foi travada em nome da liberdade e da justiça. Tornou-se assim Anita Garibaldi, a "Heroína dos Dois Mundos". (Este nome foi sugerido por Lison, um amigo do Dihitt)
MARIA DA PENHA
Em 1983, a biofarmacêutica e cearense Maria da Penha Maia Fernandes viveu talvez o mais importante drama de sua vida. Enquanto dormia, levou um tiro nas costas do marido, o professor universitário Marco Antônio Heredia Viveros. Maria da penha tinha 38 anos e três filhas. Ficou paraplégica. Após esse episódio houve a segunda tentativa de homicídio: o cônjuge a empurrou da cadeira de rodas e tentou eletrocutá-la embaixo do chuveiro. Viveros só foi punido depois de 19 anos de julgamento e ficou apenas dois anos em prisão de regime fechado. Depois de 20 anos de luta pelos direitos da mulher, Maria da Penha, atualmente com 63 anos, conseguiu com que a justiça fosse feita. Ela atuou na coordenação de políticas para as mulheres na prefeitura de Fortaleza. Em 7 de agosto de 2006 passou a valer, no Brasil, a lei número 11.340, que garante os direitos da mulher em casos de violência doméstica. A norma ficou popularmente conhecida como a Lei Maria da Penha, que trata desses casos. (Este nome foi sugrido por Lison, um amigo do Dihitt)
O instinto materno das mulheres aqui apresentadas mostrou ao mundo que, para dar dignidade aos doentes e necessitados, é preciso apenas FAZER O BEM, SEM OLHAR A QUEM. Na foto abaixo está impresso um fragmento das cenas diárias de abandono que surgem aqui e ali, nas calçadas de quase todos os países. Reflexão: será que alguma mulher (anônima ou não) poderá amenizar essa situação, ou os governos criarão vergonha na cara?