quarta-feira, 9 de maio de 2012

Mês das Mães


DIA DAS MÃES, DOS 
FILHOS E DA HUMANIDADE DO PLANETA TERRA


FELIZ MÊS DAS MÃES!


Minha criança:

"Peço licença para falar na minha criança, a que mora aqui dentro e não me abandonará jamais. Talvez com a morte eu até regresse a ele. O tanto de tempo que  me separam dele não a removem. Ele ali está, magro e tímido, a me olhar e ditar comportamentos e reações.

Minha criança esteve em todos os meus filhos e aparece no meus netos. Ela se refaz da morte da Cláudia sua tia e abre os olhos para o mundo, com a certeza de que vieram ao mundo para alguma missão, embora sempre se considere inferior ao tamanho da mesma.

Minha criança sente enorme saudade de pai e da mãe com quem o adulto já não conta salvo no exemplo, na saudade e nas orações quando me domina uma fugidia sensação de estarem, incorpóreos, a meu lado, mas sem se manifestarem.

Minha criança possui incomensuráveis solidões diante do mistério do infinito. Ainda recua diante do violento, embora não o tema, e ainda se infiltra em episódios de distração e inocência inexplicáveis num homem com minha carga de vivências. Minha criança ainda gosta de abraço caloroso, proteções misteriosas e de um modo de rezar que o adulto nunca mais conseguiu tais a entrega e a total confiança no mistério e na proteção de Deus.

Minha criança carrega o melhor de mim, é portadora de meu modo triste de falar de coisas alegres e de algum susto misterioso sempre que se lhe impõe alguma expectativa d enfermidade. Minha criança é inteira, manso, bondoso e lindo. Eu o amo, preservo, e dou boas gargalhadas quando o vejo infiltrar-se nas graves decisões de algumas de minhas responsabilidades adultas. Ninguém o vê, salvo eu. Ninguém o  acaricia, salvo eu, que o estimo, procuro e admiro mais a cada dia e com quem converso histórias infinitas, que somente a imaginação pode conceber no universo maravilhoso da fabulação interior e solitária.

Diariamente passeio com minha criança e estou muito feliz por cumprimentá-lo, levar-lhe balas, nuvens, aquele cão da meninice, as canções de minha mãe e os carinhos de meu pai, levar-lhe os presentes que ganhava de meu padrinho e toda a enorme vontade de Ser que então adivinhava para a minha vida. Vida que chegou, ameaça passar, e da qual não me arrependo.

Minha criança adivinhou em seus sonhos o adulto que eu queria ser. E traz alegria e esperanças à minha idade atual. Hoje sou, há muito tempo, o adulto que sonhei ser. Talvez com menos tensões, mas igualzinho em meu modo de amar a vida."

Um comentário:

  1. Carlos Antônio sua separação, juntamente com a separação da sua tia Cláudia Maria e do seu vô José Prudêncio, meu pai.(Vocês) me deixaram muito triste e muito alegre ao mesmo tempo, porque os trago dentro do meu coração e sempre os vejo e falo com vocês quando quero.Deus está conosco sempre nos amparando.
    Beijos de Luz da Divina Providência. Senhor tenha piedade de mim de nós. AMÉM!

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