Se você mostrou interesse por este título com certeza
continuará lendo. Nosso cérebro é capaz de maravilhas, dentre elas a capacidade
de selecionar informações que julgamos importantes, excluindo aquelas que não
nos interessam.
Quando pegamos um jornal para ler, vamos direto às
sessões de nosso interesse, não é mesmo? Nosso dia-a-dia é um eterno selecionar
de coisas: livros, amigos, programas de TV, sites na internet, comida, roupas e
por aí vai. Se não fosse desta forma, nossa vida se transformaria em um grande
amontoado de coisas e nosso cérebro não seria capaz de juntar tantas
informações.
Felizmente temos esta capacidade maravilhosa! Mas,
saiba que nem todas as pessoas são assim. Encontramos em vários autores e
livros percentuais que vão de 3 a 6% da população mundial que não possuem esta
capacidade de seleção, são conhecidas como TDAH(s). Já ouviu falar?
Muito se tem escrito sobre este transtorno. Alguns
médicos e estudiosos dizem ser fruto de modismos e maneiras de vender remédios.
Outros atestam a necessidade do transtorno ser levado a sério, pois trará
consequências desastrosas no futuro de um adulto não tratado.
Quem trabalha
diretamente com crianças em sala de aula, facilmente percebe as características
e as consequências de uma atenção seletiva com problemas. Dentro dos muros
escolares este transtorno cresce a cada dia e pais e professores não estão
sabendo lidar com a situação.
Para uma criança que não tem responsabilidade sequer
de cuidar de sua mochila escolar, como vai chegar à fase adulta e conseguir
administrar o que quer que seja? Perder um ano escolar já é difícil, imagine
perder o emprego.
Pessoas com TDAH possuem uma alteração química no
funcionamento do lobo frontal, causado pela baixa de células nervosas, chamadas
de neurotransmissores. Este transtorno não tem cura, mas pelo fato de ser uma
alteração química, existem medicamentos que podem auxiliar na melhora destes
sintomas e trazer uma luz no fim do túnel para quem sofre deste problema.
Imagine estar em uma sala de aula cheia, tendo que
escolher entre: olhar para o professor, para o quadro, para a janela, para
aquele lápis que caiu no chão, para aquele amigo que acaba de passar no
corredor, para aquele mapa pendurando na parede, que mostra o Brasil, seus
estados, capitais. Onde estarei eu neste contexto?
De repente um barulho, uma voz longe te tira do
devaneio. É a voz da professora dizendo: - Acorda menina, sonhando acordada?
Dia após dia a mesma coisa. O que fazer? Existem pais
que são receptivos e querem o melhor para seus filhos. Outros não aceitam a
ideia de que seu filho tem algum tipo de problema. Vão com isso adiando o
inevitável. As coisas pioram e muitas vezes somente na fase adulta estas
pessoas vão atrás de uma possível resposta para tanto sofrimento.
Quando o mercado de trabalho as rejeita, pois não
cumpre prazos, esquece-se de entregar relatórios, sua mesa de trabalho é uma
desorganização, papeis para todos os lados, a pessoa não entende o motivo de
tanta desgraça junta. Pessoas altamente capazes, inteligentes, mas que não dão
conta de priorizar aspectos importantes e deixam que milhões de coisas
interfiram em seu dia-a-dia. Faz tudo ao mesmo tempo e nada fazem.
Isto é torturante e cansativo e poderia ter sido
evitado. Pais, fiquem atentos aos sinais que seu filho envia, conversem com a
professora, não acredite que um milagre vá acontecer e que quando crescer
passa. Não vai passar! A tendência é piorar...
Enfrentem o problema de maneira adulta, leiam a
respeito. Busquem um profissional que possa orientar e encaminhar seu filho.
Não permita que seu filho seja um adulto fracassado e principalmente, dê mais
crédito aos professores, pois são eles as pessoas mais indicadas para lhe
ajudar!
Leila Bambino
leilabam@terra.com.br
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