Me sinto agora em um ambiente frio. Distante. Estranha.
Eu não estou aqui.
Meus pés se sentem na obrigação, mas a cabeça e talvez até todo o resto, voa.
Livre.
E talvez isso seja o retrato do momento, que é um tempo de passagem.
De um ano a outro, de conquistas para expectativas, de realizado para esperado.
Quantas são as cabeças que estão de fato em trânsito nesse momento?
E voando a gente vai aonde a gente sonha. Onde sempre ou pela primeira vez gostaríamos de estar, de pousar, de viver. E como.
Voando a gente enxerga também o que já passou. O que fomos capazes de superar, o que encontramos, o que deixamos, o que nunca vamos saber.
E eu estou voando.
Em busca de mim, em busca de alguma coisa que me suporte, me inspire e me leve adiante.
Adiante, por favor.
Porque eu não sou daqui e nem pertenço. Quero me unir por amor, crença ou afinidade, como sempre foi.