Texto muito curioso e interessante sobre tema extraordinário e informativo.
Redação clara e objetiva muito agradável de ser lida pela redação fluente.
Estrutura de frase que nos mantém envolvidos com o tema central. Vou passar
para a tela.De: Dr. Walter Whitton Harris Médico Ortopedista
Redação clara e objetiva muito agradável de ser lida pela redação fluente.
Estrutura de frase que nos mantém envolvidos com o tema central. Vou passar
para a tela.De: Dr. Walter Whitton Harris Médico Ortopedista
Quando mencionei a um amigo escocês que iria passar uns dias em Ouro Preto, ele fez um pedido bastante curioso: queria que comprasse
uma pedra flexível de cuja existência eu desconhecia. De fato, duvidava
que houvesse algo assim na natureza. No entanto, consultando a
Internet, encontrei referências à pedra flexível, e em Ouro Preto! Mesmo
assim, continuei descrente, sem imaginar como ela seria.
Aparentemente
não se trata de uma rocha muito conhecida, pois a maioria das pessoas
questionadas não tinha ouvido falar na dita cuja. Meu amigo teve a mesma
dificuldade quando esteve em Ouro Preto anos atrás. Parecia que ele
sabia mais a respeito da pedra flexível que os moradores. Chegaram a me
sugerir que fosse a pedra-sabão, tão divulgada em Minas Gerais graças às
obras do Aleijadinho, mas eu sabia que sua consistência não permitiria
que se tornasse flexível.
Procurei
informações no centro histórico da antiga capital de Minas Gerais. Numa
joalheria, a gerente me disse que era uma pedra muito rara e não soube
especificar onde encontrá-la. Visitando uma feira de artigos em
pedra-sabão, mais uma vez insisti na minha busca. Numa das bancas
sugeriu-se que procurasse um senhor num dos cantos da feira que vendia
diversos tipos de pedras. Fui atendido por um comerciante usando óculos
grossos, os tradicionais “fundos de garrafa” e que conhecia a rocha.
Explicou-me que era realmente
uma pedra muito rara e achava que o único lugar possível onde poderia
vê-la seria no Museu de Mineralogia de Ouro Preto.
Entrando
no museu, minha primeira pergunta foi sobre a pedra flexível. Lá estava
ela em exposição na própria recepção do museu, dentro de uma caixa de
vidro, com uma base de madeira e suportes para manter a pedra em pé em
seu interior. Na base desta caixa estava sua identificação: quartzolito flexível. Era ver para crer!
Havia
também peças à venda. Tenho minhas dúvidas quanto à raridade da pedra
flexível, pois havia várias para escolher. O quartzolito flexível se
assemelha ao arenito e tem a consistência dura de qualquer rocha.
Examinei e escolhi uma pedra medindo cerca de 40 x 20
cm, com uma espessura próxima a um centímetro. Ela só pode ser levantada
em posição vertical, com todo cuidado, como se fosse uma lâmina de
vidro, para não partir no meio. Nesta posição pode-se observá-la em todo
seu esplendor de flexibilidade, rebolando como uma gelatina. É difícil
crer, mas a pedra balança e se move mesmo!
Parece
que a flexibilidade da rocha se deve a grãos de quartzo bem
interligados e que se encontram separados um dos outros por espaços
vazios supostamente causados por uma dissolução química nas bordas
destes grãos.
Vitorioso
por ter encontrado a famigerada pedra, ao voltar para casa mandei um
E-mail para meu amigo escocês. Ele estranhou que tivesse tido
dificuldade em encontrar o quartzolito, pois ele o tinha visto no Museu
de Mineralogia. Só não me informou porque eu não havia perguntado! Na
ocasião em que ele esteve em Ouro Preto, não conseguiu encontrar quem
lhe vendesse a bendita pedra.
Foi
até bom que não tivesse conhecimento de onde encontrar a pedra
flexível. Assim tornou-se mais interessante a aventura de descobrí-lo. A
pouca divulgação sobre aquela pedra faz supor que não há muita procura
por ela, fazendo com que as pessoas que já tomaram conhecimento de sua
existência não-lendária a considerem uma pedra muito rara.
Foi
necessário um estrangeiro em visita ao Brasil, vindo da longínqua
Escócia, nos alertar da presença desta rocha tão interessante em nosso
meio. A peça foi acondicionada adequadamente para não quebrar e será
levada para ele como uma lembrança por ter-me dado esse prazer de
conhecer mais um mistério de nosso país.